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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mortes e prejuízos evitáveis

Mortes e prejuízos evitáveis

O noticiário de verão se repete com notícias semelhantes ano a ano. Temos períodos péssimos e outros menos ruins, a essência, entretanto, não muda.
Em 1989, se não me engano, logo no início de meu período como diretor de operação da Copel, precisei dirigir a empresa em meio a uma enchente enorme no vale do Rio Iguaçu. No pico da cheia descobri, perplexo, que apesar dos bilhões de dólares gastos na construção de hidroelétricas ao longo deste rio, quase nada havia sido feito para seu monitoramento e vigilância. Pior ainda, quando os manuais se mostraram inúteis, os mestres e PHDs de hidrologia colocaram nas mãos do engenheiro eletricista a decisão de abrir ou fechar as comportas das usinas. Eles, acompanhando as chuvas, sabiam que no Rio Grande do Sul uma cheia de padrão extraordinário havia atingido o vale do Rio Jacuí, avançando para o norte. Aqui os reservatórios estavam no limite quando esta frente chegou, pois assim determinavam seus queridos manuais. Felizmente, por simples casualidade, o pessoal da Copel estava reunido com o da Eletrosul em Curitiba, facilitando algumas decisões. Tecnologia? Uma fotografia de satélite, de hora em hora, dizia alguma coisa. Medições? Uns três ou quatro barqueiros, além dos operadores das usinas, telefonavam quando podiam dizendo “a quantas” estava o Rio Iguaçu.
Durante o pesadelo, graças a um dos gênios que a Copel de vez em quando produz, Nelson Gomes, fui apresentado à intranet (connect) e em menos de um dia tive em minha mesa um terminal com relatório escrito e atualizado automaticamente da situação das barragens, começando aí uma série de programas corporativos, operacionais, que fizeram da Copel um destaque nacional.
Um mês após a enchente o engenheiro Rogério Moro trouxe-me o Dr. Marcos de Lacerda Pessoa, com pós-doutorado e grande experiência científica no exterior, defendendo a idéia da criação de um sistema de meteorologia no Paraná. Obviamente tinham argumentos fortes e graças a isso, apesar da resistência de alguns, pudemos chegar ao governador Requião e ao secretário Osmar Dias que bancou o projeto, viabilizando o SIMEPAR, ainda incompleto, mas se constituindo na base do que poderá ser um grande sistema de meteorologia e climatologia, ainda mais tendo o apoio, se necessário, do CEHPAR.
No primeiro ano da administração do ex-prefeito de Blumenau Décio Lima vi, sendo consultor dele, chegando à extrema indignação, o abandono de obras estruturais que teriam diminuído a gravidade das enchentes no Vale do Itajaí, isso sem contar com o abandono das barragens após a extinção do DNOS. Algo simplesmente inimaginável em qualquer país sensato aconteceu lá.
As enchentes e o clima violento de Santa Catarina levaram a Tractebel a patrocinar o desenvolvimento de software para previsão de grandes chuvas em micros regiões. Em Blumenau a Defesa Civil tem tradição de competência. Por que não usaram essas e outras ferramentas técnicas para estudos e alertas objetivos? Por que deixaram fazer casas em locais de alto risco, exemplificando?
Pior ainda, por que os mineiros e os fluminenses, habitantes de lugares de tantas universidades e empresas famosas, deixam-se apanhar sem qualquer aviso decente, sem atuação preventiva, por enchentes tão violentas?
Onde, o que é e o que fazem as entidades denominadas “Defesa Civil” e os prefeitos e governadores desses estados?
Nada mais midiático do que mostrar nossas autoridades em mangas de camisa, mostrando espanto, tristeza, surpresa diante da violência da natureza. Aparecem em rede nacional com pronunciamentos emocionantes, mostram-se humanos, deixam de ser simplesmente políticos...
Aliás, seria prudente sabermos com detalhes o que acontecerá em Curitiba, por exemplo, se tivermos em dois dias chuvas de 100, 150, 200, 300 mm. No Vale choveu 200 mm em dois dias, isso a menos de 200 km de distância. Possivelmente, se aqui acontecesse o que existiu no Vale do Itajaí, o número de mortes seria muito maior. Temos áreas de fundo de vale ocupadas, grandes áreas impermeabilizadas, rio de planície, etc. e muito gente exposta a enchentes...
Vendo o que aconteceu em SC, MG e RJ devemos, pois, perguntar: quem falhou? No Paraná, exercitamos a boa engenharia? A Defesa Civil está sabendo o que fazer?

João Carlos Cascaes
Curitiba, 22 de dezembro de 2008.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Comentários sobre as enchentes no Vale do Rio Itajaí Açu

http://www.youtube.com/view_play_list?p=5372410270A1559D

detalhes do relatório sobre as cheias no Vale do Itajaí

Engenharia ou Demagogia

Engenharia ou Demagogia

A tragédia de SC apenas vem juntar-se a muitas que diariamente matam ou impedem a evolução da vida de milhões de brasileiros. Obviamente a natureza é violenta, implacável, antiecológica. Mata, rebenta, muda, destrói o que estiver no caminho de suas mudanças nem sempre previsíveis. Podemos, entretanto, com o apoio de bons profissionais, evitar muita coisa. Com certeza o que vimos acontecer no sul do Brasil teria tido conseqüências menores se os temas prevenção, defesa civil e gerenciamento enérgico de ocupação de espaços fosse regra em nosso Brasil romântico e irresponsável.
Minha vida profissional me permite dizer e ver angustiado, por exemplo, o que representa em destruição a não duplicação de rodovias por efeito de leis mal construídas e pessimamente aplicadas. Assim índios importados e periquitos acabam impedindo soluções mais do que necessárias. Por estatística podemos calcular o número provável de mortos em acidentes em qualquer estrada. Com certeza a carnificina [é muito maior do que a natureza nos impôs em Santa Catarina neste mês de novembro, continuando sem previsão segura de conclusão.
No Vale do Itajaí temos história (e não estória) para tudo. As barragens do Vale para contenção de cheias chegaram a ficar sem operadores durante mais de um ano porque extinguiram a repartição (DNOS) que as construíra. Tivemos que alertar o prefeito de Blumenau (Décio Lima, no início de sua gestão) para que ele acionasse governador e presidente da República para lhes dizer que aquelas barragens seriam extremamente perigosas se abandonadas. Alguns anos mais tarde ainda descobriram índios vandalizando as instalações de comando e as autoridades paralisadas por efeito da inimputabilidade e intocabilidade desses brasileiros...
O projeto JICA, desenvolvido com o apoio do governo japonês, com certeza teria evitado muita coisa, até porque reforçaria a preocupação com a drenagem do vale na sua área de menor altitude, a partir de Blumenau. Mais uma vez xiitas do meio ambiente e conveniências mesquinhas impediram a implementação desse benefício, assim como de duas outras barragens que já deveriam existir. Com certeza um trabalho dessa envergadura não é suficiente e precisa de complementações. Infelizmente, defendendo ações menores destruíram a melhor intervenção.
Aqui vale perguntar para quem pretende combater obras dessa espécie se, estando presos ao fundo de uma piscina com água beirando o queixo arrogante deles, um metro a mais ou menos de água seria desprezível. Essa foi a lógica maior utilizada pelos inimigos daquele belíssimo projeto (apoiado pela JICA) abandonado pelos nossos governantes, intimidados por más lideranças do Vale do Itajaí.
Obviamente não existe projeto grande, pequeno ou médio que não crie impactos ambientais. Fosse essa uma preocupação real de nossos cidadãos, eles evitariam ao máximo a utilização do transporte motorizado, não teriam imóveis de lazer em qualquer lugar, evitariam o consumo de bebidas que não fossem essenciais, enfim, procurariam uma maneira de ser semelhante a dos monges que se isolam da vida. A farsa do discurso incomoda.
Temos gente sofrendo, morrendo, catando lixo para sobreviver, morando em barracos infectos, tudo isso e muito mais por efeito de lógicas de gerenciamento incompreensíveis ou inexistentes.
Leis não faltam, para quê? É melhor parar por aqui...
O estado de Santa Catarina vai brecar, ter uma travada em seu desenvolvimento. Lá como em todo o Brasil faltaram governo, lideranças civis, participação e boa engenharia. O preço é elevadíssimo.
Será que em algum dia aprenderemos a criar um país sadio, inteligente e justo?

João Carlos Cascaes
Curitiba, 26.11.2008

Análise da situação do Vale do Itajaí em dezembro de 1997

As enchentes no Vale do Itajaí
propostas de ação e considerações sobre situação existente

Sugestões de

João Carlos Cascaes


Destaques:

Constrói-se três grandes hidroelétricas no Estado de Santa Catarina, com investimentos da ordem de três bilhões de dólares. É o momento de se lutar para que zero vírgula um por cento (0,1%) desse dinheiro seja aplicado em um sistema de meteorologia e hidrologia semelhante ao SIMEPAR. É uma reivindicação perfeitamente lógica diante dos possíveis impactos ambientais dessas obras. Os consórcios precisam, devem pagar esta conta.

Com absoluta urgência, custe o que custar, deve-se encontrar uma forma lógica, segura e duradoura de operação e manutenção das barragens existentes.

Índice:

1 Introdução......... 1-4
2 Conclusões......... 2-5
3 Recomendações..... 3-12
4 Considerações iniciais...... 4-14
5 Ações típicas......... 5-20
5.1 Projetos de engenharia típicos...... 5-20
5.2 Projetos sociais.................... 5-20
5.3 Atos típicos... ..... 5-20
5.4 Correlação...... .... 5-21
6 Obras em perspectiva...... .... 6-22
6.1 Projeto JICA........ ..... 6-22
6.2 SIMEVALE... ..... 6-25
6.3 Barragens... ......... 6-27
6.4 Dragagem e alargamento do canal do Rio Itajaí Açu....... 6-30
6.5 Aprofundamento do leito do Rio Itajaí e afluentes....... 6-30
6.6 Reprojeto e reforma das usinas hidroelétricas existentes........... 6-31
6.7 Muros de arrimo...... ... 6-31
6.8 Deslocamento de populações, reurbanização...... ... 6-32
6.9 Túneis e áreas de extravasamento 6-33
6.10 Planejamento........ 6-34
7 Comitê da Bacia do Rio Itajaí e Blumenau e Agência Executiva.......................... 7-35
8 Providências de curto prazo................... 8-37
8.1 Consultoria......... 8-37
8.2 Intercâmbio técnico........................... 8-41
8.3 Estruturação da Defesa Civil............. 8-42
8.4 Educação, mídia....................................... 8-43
8.5 Projeto JICA.......................................... 8-44
8.6 Hidrologia e meteorologia................... 8-44
8.7 Operação e manutenção das barragens................ 8-46
8.8 Criação e operacionalização do Comitê da Bacia do Rio Itajaí...... 8-47
9 Providências de médio prazo........................... 9-48
9.1 SIMEVALE.............. 9-48
9.2 CODEVAI.............. 9-49
9.3 Levantamentos ambientais......... 9-51
9.4 Sistema de informação, vigilância e alerta....................... 9-52
9.5 Aproveitamento energético das barragens atuais............. 9-53
9.6 BIRD e BID................................................. 9-55
9.7 Helicópteros.............................................. 9-56
9.8 Hovercrafts........................................ 9-57
9.9 Telemetria............. 9-57
10 Providências de longo prazo.................... 10-59
10.1 Modelagem analógica e matemática........................ 10-59
10.2 Formação de pessoal técnico........................... 10-61
10.3 Túneis e canais............................................... 10-63
10.4 Construção de barragens.......10-63
10.5 Plano Diretor............. 10-63
10.6 FURB................ 10-64
10.7 Beira Rio.............. 10-64
10.8 Dragagem............. 10-65
11 Estratégia........... 11-65
12 Providências tomadas em 1997....................... 12-66
13 Anexos....................... 13-67
13.1 Proposta de consultoria do CEHPAR..................... 13-67
13.2 O projeto JICA (resumo)............................... 13-71
13.3 Workshop de 6 a 8 de agosto de 1997................................................... 13-77
13.4 Ofício do Prefeito de Blumenau ao Presidente da República........ 13-81
13.5 Endereços internet............................................... 13-83
13.6 Instituto Nacional de Meteorologia.......................................................... 13-87
13.7 CPTEC............................................................ 13-88



Enchentes no Vale do Itajaí


1 Introdução

O problema “enchentes” no Vale do Itajaí tem sido responsável por muitas tragédias. Grandes cheias e o risco de acidentes maiores inibem o desenvolvimento da região, contribuindo para boa parte das perdas de postos de trabalho.


Melhor conhecimento e controle deste fenômeno da natureza permitirão uma existência com padrões muito superiores aos atuais.
A gravidade da situação atual exige providências urgentes. A extinção do DNOS criou um vazio administrativo e tecnológico que não foi coberto por nenhuma entidade equivalente.

2 Conclusões

2.1 – O Governo Federal praticamente parou de agir no processo de controle de enchentes desde a extinção do DNOS.

2.2 – As barragens de contenção de enchentes estão sem manutenção regular e adequada.

2.3 – Há necessidade de se discutir com profundidade as regras operacionais das barragens. Quando abrir as comportas, quanto, onde, quem decide?

2.4 – As barragens precisam de quadro operacional local, permanente, com bom treinamento profissional.

2.5 – Na situação atual as barragens são alto risco para o Vale do Itajaí. Pode-se dizer que existe probabilidade inaceitável de falhas. Informações de toda espécie mostram descontinuidades graves. Há, também, informações sobre erros de projeto na construção das represas atuais.

2.6 – A ELETROBRÁS e suas subsidiárias possuem grande experiência na operação e manutenção de barragens, podendo colaborar significativamente.

2.7 – O Projeto JICA é importante para o Baixo Vale do Itajaí.

2.8 – Nos últimos anos tem havido grande ênfase nas questões ambientais em detrimento dos projetos de engenharia a favor da população.
2.9 – A atuação de ONGs de grande apelo emocional desviaram a atenção para a importância e oportunidade de ajustes, que poderiam diminuir os riscos de grandes cheias.
2.10 – Há muita ignorância técnica e jurídica entre lideranças respeitadas no Vale do Itajaí. Apesar da complexidade dos problemas relativos às enchentes, seria importante maior conhecimento técnico a respeito.

2.11 – O Vale do Itajaí esteve carente de lideranças políticas competentes na luta contra as enchentes. Elas são essenciais pois os recursos para manutenção e aprimoramento dos sistemas de alerta e prevenção necessários são muito grandes, exigindo contribuições a níveis federal e estadual.

2.12 – Clubes de serviço e associações empresariais podem contribuir significativamente na luta por maiores recursos.

2.13 As defesas civis do Vale ou não existiam ou foram pouco operantes, com raras exceções. A partir de 1997, entretanto, graças à atuação extraordinária da Defesa Civil de Blumenau, começaram a se estruturar.

2.14 – O CLIMERH não se desenvolveu adequadamente nas questões de interesse do Vale do Itajaí.

2.15 – O Vale do Itajaí precisa de um sistema próprio de meteorologia e hidrologia. Um bom exemplo é o SIMEPAR.

2.16 – Falta um pólo tecnológico com qualidade compatível aos problemas existentes, sobre o tema enchentes, na região.

2.17 – Apesar das obras realizadas, o risco de grandes cheias persiste.

2.18 – Os municípios e o estado de Santa Catarina precisam desenvolver instrumento fiscal de sustentação dos programas de combate às enchentes.

2.19 – O Paraná possui, junto à UFPR, um pólo de estudos e previsões hidrológicas e meteorológicas, que deveria ser reproduzido no Vale do Itajaí.


2.20 – Não existe um órgão técnico competente e eficaz na gerência dos recursos hídricos da bacia do Rio Itajaí Açu.
2.21 – O custo de construção e sustentação de um órgão técnico de gerência dos recursos hídricos do Vale do Itajaí não é grande mas depende de um rateio entre entidades e governos interessados.

2.22 – Competência técnica e motivação real são absolutamente necessários para a gerência das questões técnicas e políticas, envolvendo a gerência hídrica do Rio Itajaí Açu e seus afluentes.
2.23 – Atualmente o CEOPS, Centro de Operações do Sistema de Alerta e Controle de Cheias, subordinado à FURB, é a única entidade efetivamente atuante na previsão meteorológica e hidrológica do Vale do Itajaí, não tendo, contudo, existência jurídica própria.

2.24 – Em 1997 tivemos progressos sensíveis no sistema de alerta.

2.25 – Há necessidade de aprofundamento substancial nas análises das cheias do Vale do Itajaí.

2.26 – As lideranças do Vale do Itajaí demonstraram, nesses últimos anos, falta de visão clara do problema das enchentes.

2.27 – A existência de um procurador da República em Blumenau contribui para a agilização de cobranças de responsabilidade.

2.28 – A construção de centrais hidroelétricas no Vale do Itajaí possibilitará a imposição de responsabilidades no controle das cheias às empresas que explorarem o serviço de geração de energia.

2.29 – Os radares do Ministério da Aeronáutica não se prestam às necessidades do Vale do Itajaí.

2.30 - Os radares do CLIMERH e SIMEPAR dão cobertura parcial ao Vale do Itajaí.

2.31 – Para um bom padrão de previsões meteorológicas e hidrológicas falta a instalação de um radar, complementando a cobertura possível com os radares do CLIMERH e SIMEPAR.

2.32 – Aumentando-se o número de estações automáticas de coleta de dados hidrológicos e meteorológicos, a qualidade das previsões melhorará substancialmente.

2.33 – As barragens estão sem operadores em número e qualidade suficientes.

2.34 – Há necessidade de se concluir obras e correções nas barragens de contenção de cheias do Rio Itajaí Açu.

2.35 – Não existe esquema de garantia de segurança operacional e patrimonial nas barragens.

2.36 – O Banco Mundial (BIRD) teria melhores condições de apoiar os programas de combate às cheias do Vale do Itajaí.

2.37 – As defesas civis do Vale do Itajaí poderiam dispor de recursos mais eficazes e complementares aos existentes.

2.38 – Nota-se um certo fatalismo e sentimento de fraqueza, quanto à questão das enchentes, entre as lideranças da região.

2.39 – A Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

2.40 – Por efeito da Lei 9.433 deve-se criar o Comitê da Bacia do Rio Itajaí e respectiva Agência de Águas.

2.41 – Conflitos na aplicação das leis 9.443/1997 e 6.938/1981 poderão atrasar a implantação de recursos de defesa do Vale do Itajaí.

2.42 – Grande parte das construções em áreas sujeitas a deslizamentos e enxurradas foram feitas em processos legais de compra de imóveis.

2.43 – Muitas mortes, destruição e sofrimento teriam sido evitados se as autoridades responsáveis tivessem sido mais competentes.

2.44 – Em Santa Catarina , até o momento, a empresa melhor capacitada para resolver os problemas das barragens é a Eletrosul.

2.45 – As empresas de energia elétrica são altamente beneficiadas pela existência de um bom sistema de hidrologia e meteorologia, à semelhança da COPEL com o CEHPAR e SIMEPAR.

2.46 – O objetivo das barragens, retificação de rios, dragagem e tudo o mais não é acabar com as enchentes. Isto é impossível. O fundamental é diminuir o efeito desastroso, o número de vítimas, as perdas materiais. Para isto há muito que fazer.

2.47 – Qualquer atraso nas providências técnicas para defesa do povo do Vale do Itajaí poderá significar muitas vítimas a mais nas próximas enchentes. Quem serão os responsáveis?

2.48 – A atuação do Senado da República, discutindo os efeitos do El Niño e defesas civis, foi um ato político importantíssimo para mobilização das autoridades.

2.49 – A existência de uma empresa que una as prefeituras e empresários do Vale do Itajaí provavelmente será a forma mais eficaz de se formar equipes técnicas e administração dos problemas causados pelo Rio Itajaí.

3 Recomendações

3.1 – Criar entidade similar ao SIMEPAR, dedicada a estudos e previsões meteorológicas e hidrológicas do Vale do Itajaí.
3.2 – Atuar de modo a que se cobre dos consórcios proprietários das hidroelétricas de Itá, Campos Novos e Machadinho apoio financeiro e técnico na implantação de sistemas de hidrologia e meteorologia em Santa Catarina.

3.3 – Cobrar do Governo Federal e estadual a criação (urgente) de órgão gestor dos recursos hídricos do Vale do Itajaí.

3.4 – Contratar consultoria para análise e ajustes do Projeto JICA.

3.5 – Desenvolver na FURB ou em entidade independente ambiente para cursos de engenharia civil dedicados à hidrologia e meteorologia com ênfase em cadeiras correspondentes às necessidades de defesa do Vale do Itajaí.

3.6 – Formar, em Blumenau, com lideranças empresariais, núcleo de acompanhamento das decisões estratégicas e operacionais em torno do tema “combate” às cheias.

3.7 – Cobrar das lideranças políticas, em especial aquelas a nível federal, atuação e resultados a favor do Vale do Itajaí.

3.8 – Atuar para consolidação e aprimoramento das defesas civis.

3.9 – Exigir da União maior segurança operacional das barragens (urgentíssimo).

3.10 – Visitar o SIMEPAR, CEHPAR, INPE, CLIMERH e outros centros nacionais e internacionais de meteorologia e hidrologia, estabelecendo-se acordos de cooperação técnica com a Defesa Civil de Blumenau.

3.11 – Procurar outras fontes de recursos para os estudos e projetos de defesa do Vale do Itajaí.

3.12 – Desapropriar e transformar em parques as áreas sujeitas a deslizamentos e enxurradas.

3.13 – Verificar possibilidade de ampliação do escopo dos projetos hidroelétricos para o Vale do Itajaí. Talvez possam ter função ampliada, ou seja, regularização da bacia do Rio Itajaí além da simples geração de energia elétrica.

3.14 – Formar com empresários e prefeituras da região a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Itajaí (CODEVAI) para conquista de concessões de serviço público e apoio ao desenvolvimento da região.

4 Considerações iniciais

O Vale do Itajaí tem muitas situações hidrológicas alternativas, responsáveis por diversas formas de enchentes. O crescimento econômico e populacional torna o fenômeno mais perigoso, exigindo muitas providências para minimização de perdas.
Nenhum projeto isolado terá o efeito de acabar com os prejuízos causados pelas cheias. Todos aqueles permitidos pela Engenharia, em conjunto, não impedirão a ocorrência de alguma enchente, em especial as maiores. O fundamental diante deste cenário é minimizá-las e, principalmente, reduzir ao máximo os prejuízos humanos e materiais. Um bom exemplo é os Estados Unidos da América do Norte. Regiões sujeitas a furacões têm apresentado uma quantidade de acidentes fatais absolutamente desprezível em relação aos fenômenos verificados nos últimos anos. Os EUA tem 160 radares (1988 Doppler, WSR-88D, sistema NEXRAD) meteorológicos em operação e diversos recursos adicionais de previsão e monitoramento de fenômenos naturais.
Vide internet http://www.ost.noaa.gov/eng/nexrdeng.htm.
Treinamento e normas de construção e ocupação de solo além de uma legislação e Justiça eficazes completam esse quadro de sucesso.
A Holanda deu em 1993 um bom exemplo de como enfrentar um período de cheias. Governo e comunidades mobilizadas e coordenadas tecnicamente evitaram uma catástrofe de grandes proporções. Situada no estuário do Rio Reno, periodicamente está sujeita a grandes enchentes. Por efeito de sua expansão territorial, conquista de terras abaixo do nível do mar, tem imensa experiência na luta contra as águas.
Blumenau, pela sua condição topográfica e geográfica, está sujeita a grandes inundações, e elas poderão ser piores. A probabilidade de mudanças violentas de clima não é desprezível. A explosão de um vulcão, a formação de lagos pela construção de hidroelétricas, o aumento das manchas urbanas e o desmatamento acelerado, dependendo da região em que acontecerem, poderão alterar substancialmente o padrão climático de qualquer lugar da Terra. Todos esses fenômenos naturais e artificiais têm acontecido, modificando regiões imensas. A Terra é um planeta em mutação permanente.
No caso Vale do Itajaí as autoridades e a população precisam agir para desenvolver, simultaneamente, diversos projetos.
Lembrando que as enchentes de 1852, 1880 e 1911 aconteceram quando a região ainda tinha boa cobertura vegetal, poderemos concluir que a repetição daqueles períodos provavelmente produzirá enchentes maiores que as verificadas em 1983 e 1984. Precisamos estar preparados para enfrentá-las e, se possível, minimizá-las.
O gráfico a seguir mostra a seqüência de cheias registradas em Blumenau (as cores mostram o número de ordem da enchente no ano):
O crescimento do número de cheias neste século mostra bem o efeito do desmatamento e impermeabilização do solo.
Em 1992 entrou em operação a barragem de José Boiteaux, a maior delas.
A conservação dessas represas exige, além da retirada de entulhos junto aos vertedores, a conservação de comportas, motores, sistemas de controle etc. Paralelamente elas devem ser operadas com critérios compatíveis a suas finalidades. Em todas elas há necessidade de supervisão permanente para se evitar sabotagens e más condições de operação no exato momento em que forem necessárias.
As três represas existentes deveriam estar operando sob critérios rigorosos. Estiveram abandonadas, constituindo-se em sério risco à população à jusante delas. Precisamos compreender que essas barragens, abandonadas, transformam-se em perigos infinitamente maiores do que se não existissem.

O desmonte de qualquer uma delas será inevitável se seus vertedores não derem vazão total às águas que chegarem. É um processo que jogaria no Vale, em poucas hora, milhões de metros cúbicos de água acumuladas no reservatório destruído.
Assusta ver como este assunto tem sido tratado. A principal e antiga constatação é que não se deve delegar a pessoas distantes a própria segurança. Repartições públicas em Brasília ou Florianópolis não são ambientes adequados à responsabilidade da proteção do Vale do Itajaí.
O povo do Vale do Itajaí precisa, com urgência, encontrar uma forma institucional, própria e local de administração das barragens do Vale do Itajaí. Os exemplos de desleixo são freqüentes e numerosos demais para que se possa ignorar o assunto.

Barragens do Vale do Itajaí

Localização
Rio Itajaí do:
Norte
Sul
Oeste
Localização
Município
José Boiteux
Ituporanga
Taió
Início operação
ano
1992
1975
1975
Altura
metro
67
43,5
35
Comprimento
metro
365
357
416
Comportas
número
2
5
7
Capacidade
milhões m3
357
97
83
Vertedouro
altura (metro)
7
11
20
Vertedouro
largura (metro)
300
65
97

Não se pode, também, confundir a população com discursos oportunistas. O mais comum é alegar que a própria população do Vale do Itajaí é responsável pelas catástrofes. O desmatamento seria a causa das enchentes. Os gráficos, as estatísticas mostram que se o desmatamento aumentou a freqüência, talvez tenha diminuído a intensidade. Uma tese pode ser levada contra outra, se o estudo basear-se em estatísticas.
Há necessidade de estudos conduzidos por profissionais sérios, responsáveis e sem paixões ou teses pré concebidas. A honestidade intelectual é essencial a um trabalho científico, ainda mais com a responsabilidade das questões em foco.
Evidentemente o desmatamento cria um tipo de catástrofe especialmente perigosa, que é a enxurrada. Para enfrentá-las é importante uma política de ocupação de solo adequada e aplicada com rigor. Paralelamente a recuperação da cobertura florestal em certas áreas é recomendável.
A possibilidade de construção de mais barragens deve existir, merecendo o apoio da população se dentro de um plano bem feito de controle de cheias.

5 Ações típicas

Para visualização rápida do que deve ser feito para defesa do povo de Blumenau contra as enchentes podemos relacionar o seguinte:

5.1 Projetos de engenharia típicos

Genericamente podemos relacionar as seguintes propostas de engenharia para defesa da cidade de Blumenau contra os efeitos das grandes enchentes:

Barragens
Dragagem
Muros de arrimo
Retificação de rios
Túneis de desvio ou extravasores
Canais extravasores
Reflorestamento
Bombeamento, mudança de bacia
Monitoramento e previsão de níveis hidrológicos
Meteorologia
Deslocamento de população e instalações
Aprofundamento do leito do Rio Itajaí

5.2 Projetos sociais

Treinamento
Mídia
Socorro

5.3 Atos típicos

Treinamento
Alerta
Prevenção
Controle
Sobrevivência
Recuperação


5.4 Correlação

Alerta
Prevenção
Controle
Sobrevivência
Recuperação
Barragens

x
x


Dragagem

x



Muros de arrimo

x



Retificação de rios

x



Túneis

x
x


Canais

x
x


Reflorestamento

x



Bombeamento

x
x


Hidrologia
x
x
x
x
x
Meteorologia
x
x
x
x
x
Relocação

x

x

Treinamento
x
x

x
x
Mídia
x


x
x
Socorro



x



A eficácia de cada obra, sistema ou ajuste poderá ser avaliada em estudos de engenharia. De modo geral são obras de custos elevados, merecendo estudos prévios meticulosos.


6 Obras em perspectiva

6.1 Projeto JICA


Dentro das informações e consultas que fizemos entendemos que não se deve obstruir o andamento deste projeto. É muito difícil chegar ao ponto conquistado, ou seja, obtenção de crédito com todo o circuito federal e japonês vencido. O valor exato das obras poderá ser maior ou menor que o indicado nos estudos preliminares.
Há questões polêmicas que poderão ser superadas com um diálogo técnico inteligente.
Evidentemente o conjunto de obras proposto pela JICA terá impactos ambientais, que deverão ser compensados.
O pior deles, contudo, será permanecermos na imobilidade. O grande impacto será o das águas sobre a população do Vale do Itajaí.
A natureza não espera.
Os impasses verificados são extremamente perigosos à medida que aumentam a exposição da população a catástrofes maiores.

Falhas deverão ser apontadas por estudos equivalentes ou mais detalhados. Para tanto considero importante a contratação urgente de consultoria especializada no assunto (CEHPAR+FURB ?).


O Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza ( E-mail: mailto:business@mail.copel.br) tem enorme experiência na análise do comportamento dos rios do sul do Brasil. Poderiam, inclusive, desenvolver em Blumenau um laboratório de hidráulica para estudos permanentes do Vale do Itajaí (FURB?).
Com análises complementares poderemos alterar certos projetos. Há tempo para isto sem prejudicar o essencial. À jusante de Blumenau tudo o que está previsto para o Rio Itajaí Açu é bom para a cidade, entre eles o canal extravasor de Navegantes.
A dragagem, interrompida, é também muito necessária em muitos pontos. Feita com critério e cuidados, que a mais elementar engenharia recomenda, contribuirá para a redução das cotas das cheias.
Note-se que todas as obras terão este efeito, ou seja, diminuir a altura das grandes enchentes. Não irão eliminá-las.
O alargamento do canal Rio Itajaí é obra lógica e sensível até pelos efeitos da erosão em suas margens, mostrando que o rio quer mais espaço. Em alguns lugares existem estrangulamentos rochosos, qualquer obra nesses locais terá custo elevadíssimo. Se viabilizado à jusante de nossa cidade, teremos bons resultados em Blumenau. Obras que aumentem a velocidade de escoamento agravam a situação das cidades à jusante. Devem ser feitas da foz para as nascentes. Por isto é importante o canal extravasor de Navegantes ou Piçarras. Tendo comportas e sendo acionado apenas quando o volume das águas o exigir, não criará problemas maiores ao Porto de Itajaí.
Fomos informados de que há alternativa melhor que a de Navegantes. Se verdadeira esta hipótese, deveremos retomá-la pois não se admite abandoná-la por efeito de conveniências políticas menores.
É importante que se lembre que este não será o único pacote a ser feito. Alguns projetos importantes não foram contemplados por este financiamento. Eventualmente poder-se-á construir uma ou mais hidroelétricas no Vale do Itajaí, que tenham a dupla função de regulagem de vazão e geração de energia.
A região precisa ter, com urgência, sistema de meteorologia próprio e rede tão extensa quanto possível de estações de aquisição de dados para cálculos hidrológicos e acompanhamento climatológico.



Infelizmente o projeto JICA não contemplou estes recursos.

6.2 SIMEVALE

As lideranças do Vale do Itajaí precisam lutar pela implantação de um sistema próprio de meteorologia e hidrologia. A FURB já possui um embrião do que deverá ser esta instituição (CEOPS). O modelo a ser observado é o do SIMEPAR. Uma fundação precisa ser criada em consórcio com a FURB, PMB, outras prefeituras do Vale e entidades privadas interessadas em cooperar.
O SIMEVALE dedicar-se-ia às previsões e análises de clima e todos os fenômenos relativos às enchentes.
Há recursos no Brasil e no exterior para financiamento e subsídio a este tipo de entidade. Há necessidade, contudo, de constituí-la juridicamente e se desenvolver um anteprojeto para obtenção de apoio financeiro e técnico.
O SIMEVALE será extremamente importante ao trabalho de alerta antes, durante e após as grandes cheias. 1983 e 1984 mostraram bem a falta de um recurso desta espécie. Muito se perdeu por falta de previsões e comunicação adequada.
Uma entidade técnica desta natureza, com natureza operacional, plantão permanente, recursos assegurados e operada por técnicos competentes é o que se espera encontrar em uma cidade tão desenvolvida industrialmente como é Blumenau.

Meteorologistas e recursos para previsão hidro meteorológica poderão dar maior precisão e detalhes em cima das informações oferecidas pelo INPE, Ministério da Aeronáutica, CLIMERH, SIMEPAR (internet http://www.simepar.br/) e sistemas internacionais dedicados ao assunto. A formação de bancos de dados específicos assim como a análise permanente são essenciais ao aprimoramento aos serviços pretendidos.
Note-se que os grandes centros de meteorologia desenvolvem análises e modelos em grandes escalas. Uma equipe dedicada ao Vale do Itajaí desenvolveria formas com precisão adequada aos interesses da região (mezoescala). É um trabalho demorado, exigindo equipe dedicada ao assunto. Esses profissionais acompanhariam os progressos técnicos em suas áreas de atuação. E neste trabalho seria importante o intercâmbio técnico com os melhores centros mundiais em Defesa Civil.
No SIMEVALE ou CEOPS, ou SIAVALE, ou SIAMVALE ou qual for a denominação escolhida poderemos centralizar os serviços de hidrologia e meteorologia.
Uma das atividades pouco lembradas e muito importante para análise de sinistros, segurança pessoal e complementação da análise de fenômenos atmosféricos é o rastreamento e registro de tempestades elétricas.

O SIMEPAR já tem operando seu sistema, o que lhe permite avaliar tormentas e coletar dados que permitirão o levantamento do mapa isocerâunico do estado do Paraná além de todos os demais benefícios deste tipo de serviço.

No Paraná o idealizador e estruturador do SIMEPAR foi o eng. Marcos de Lacerda Pessoa, Ph.D. (E mail: mailto:marcosp@mps.com.br). Suas coordenadas são:
Rua Francisco Rocha, 1830, apto. 102, 80730-390, Curitiba, telefone 041 3353828, fax 041 252 2515.

6.3 Barragens

O grande recurso de contenção de cheias e regularização da bacia do Rio Itajaí é a construção e operação adequada de barragens. Lamentavelmente a situação atual é de abandono, fazendo das represas existentes um grande risco à população do Vale do Itajaí. É absolutamente urgente a organização e implementação de uma estrutura permanente de manutenção e operação das três represas existentes.


A viabilização do serviço de operação e manutenção, sem acrescentar novos impostos à população local, poderá ser através da instalação nessas barragens de pequenas centrais hidroelétricas (PCHs). Outros aproveitamentos, como o do Salto do Pilão, talvez contribuam com uma lógica de regularização do Rio Itajaí em períodos de grande pluviosidade, se feitos alguns ajustes nos projetos puramente energéticos. Note-se que muitas áreas deverão ser desapropriadas e mantidas como reservas inundáveis. Nesses locais poder-se-ia permitir exploração econômica condicionada. Florestas também seriam preservadas. Evidentemente elas acabariam tendo padrão ajustado às condições operacionais das represas. Especialistas em ecologia deverão contribuir com uma ação de sustentação da fauna e flora nativa, dentro dessas condicionantes.
A definição de projetos precisa ser precedida e acompanhada de estudos tão profundos e detalhados quanto possível. Para tanto seria importante encontrar-se fontes de financiamento. Infelizmente o trabalho da JICA tem falhas que o comprometem, de acordo com a opinião de diversos especialistas, que dele tomaram conhecimento. Com todas as suas falhas, entretanto, propõe obras que contribuirão para a minimização das enchentes, principalmente para as cidades do Baixo Vale do Itajaí.
Represas e diques são importantes mas deverão ser construídos prevendo-se as piores cheias, que a estatística e cálculo de probabilidades recomendam dentro dos padrões de análise de engenharia.
Os estudos feitos para a construção da Usina de Salto Pilão apontam para vazões decamilenares superiores a 8000 metros cúbicos por segundo no local da barragem (vide gráfico).

Em Blumenau, dentro da mesma técnica de cálculo provavelmente a vazão nesta condição chegaria a mais de 9000 mil metros cúbicos por segundo (~50% maior que a de 1911). Isto mostra a importância da construção de barragens ou circuitos alternativos para as águas à montante de Blumenau. Sempre é bom lembrar que a eficácia das barragens depende essencialmente de lógicas operacionais ajustadas a previsões de vazão e meteorológicas.
Qual a probabilidade de termos níveis de precipitação maiores que os registrados? Quais seriam as vazões decamilenares? Os vertedores suportam essas vazões? Como seriam operadas nessas ocasiões?
Atualmente a responsabilidade pela manutenção das represas é da União e Estado de Santa Catarina, por efeito de convênio. Há previsão de recursos para recuperação dessas instalações até o final de 1998.
O DEOH, sob o comando do Dr. Mário Celso Bittencourt (tel. 048 248 8755), tem a responsabilidade de realizar manutenções e operar as barragens.



6.4 Dragagem e alargamento do canal do Rio Itajaí Açu

Em alguns lugares o Rio Itajaí apresenta um estreitamento de seu leito rumo ao Oceano Atlântico. Noutros locais nota-se a desagregação das margens, contribuindo para o assoreamento do rio mas indicando a possibilidade de alargamento e ajustes, que aumentem a vazão do rio.
A construção das três represas existentes aconteceu por efeito de muitas desgraças e reivindicações. Outras ações no Vale dependerão dessa guerra política e da avaliação dos custos e benefícios. Em princípio parece-nos válido estudar com atenção essas ações, algumas delas já dentro do elenco de obras propostas pela JICA.
Entre Blumenau e Itajaí, para a cidade de Blumenau, as obras mais efetivas seriam exatamente estas, ou seja, dragagem e alargamento da calha do Rio Itajaí. Em Itajaí, a construção do molhe para operacionalização de seu porto provavelmente agravou o problema das enchentes no Baixo Vale . Em 1911 o rio aumentou, a seu critério, a barra em quase setecentos metros, mostrando que precisava de espaço para encontrar o oceano. Essa enchente deveria ser melhor analisada pois, certamente, traria boas lições. Infelizmente as universidades locais direcionaram seus potenciais para a questão ambiental, esquecendo os problemas de hidrologia.

6.5 Aprofundamento do leito do Rio Itajaí e afluentes

Principalmente em períodos de estiagem nota-se com clareza a possibilidade de aprofundamento do leito do Rio Itajaí em Blumenau e seus afluentes. É uma obra óbvia que poderia ser considerada nos estudos adiante.
Evidentemente haverá resistências de ecologistas mas é mais um recurso, que poderá contribuir para a redução do nível das enchentes na cidade. Sempre é bom lembrar que uma enchente é um processo de acumulação de águas. O aumento da capacidade de vazão é fundamental à diminuição do nível das enchentes.
Talvez esta seja a de menor eficácia entre as muitas hipóteses de ajustes. A análise de alternativas, contudo, precisaria ser feita explorando-se ao máximo cada recurso.

6.6 Reprojeto e reforma das usinas hidroelétricas existentes

As usinas hidroelétricas existentes no Vale do Rio Itajaí deveriam ser reanalisadas. Talvez mereçam reformas que as modernizem e, talvez, permitindo-lhes contribuir para uma lógica de regularização do Rio Itajaí Açu.

6.7 Muros de arrimo

A ampliação da Beira Rio e construção equivalente na margem esquerda são recursos importantes para o aumento da velocidade das águas, além de possibilitar a construção de avenidas ao longo do rio.
Evidentemente são obras que exigem estudos detalhados para cumprirem suas finalidades. Não podem, arbitrariamente, ser descartadas.
A questão ecológica é importante mas a preservação de fauna e flora selvagem em áreas urbanas é uma utopia. A poluição e agressões de toda espécie terminam por destruir o que existir.

A compensação ecológica deve ser prevista em áreas de preservação, preferencialmente dentro de parques severamente vigiados.
A sobrevivência da Humanidade está diretamente e urgentemente ligada a uma convivência inteligente com a natureza em seu conjunto
Um bom efeito dos muros de arrimo é diminuir o assoreamento do rio. Em Blumenau nota-se claramente o efeito do desmonte das margens pelo próprio Rio Itajaí. A terra vai para a calha do rio e, nas margens, o risco de desabamento aumenta.

6.8 Deslocamento de populações, reurbanização

A cidade de Blumenau precisa evitar a ocupação de locais de maior risco, atuação já bem definida e desenvolvida pela PMB.
O crescimento populacional, contudo, é inevitável. A construção de prédios ao longo do Rio Itajaí está formando um canal e reduzindo áreas de espraiamento em ocasiões de grandes cheias.
No município de Blumenau existem áreas que poderiam ser objeto de um plano de ocupação ordenado, inteligente, criando-se uma nova cidade e inibindo-se o desenvolvimento das regiões mais baixas.

A cidade precisa de um plano de médio e longo prazo considerando a inevitabilidade do crescimento urbano, desejável por aqueles que sonham com uma cidade poderosa mas extremamente crítico sob o ponto de vista em questão, agravamento das enchentes.
A cidade precisa de um plano de médio e longo prazo. Considerando a continuidade do crescimento urbano, desejável por aqueles que sonham com uma cidade poderosa mas extremamente crítico sob o ponto de vista em questão, agravamento das enchentes, impõe-se a existência de leis e normas disciplinadoras do crescimento urbano (são absolutamente necessárias).
O conceito de área metropolitana é fundamental à geração de uma lógica integrada. As cidades vizinhas à Blumenau talvez ofereçam lugares melhores para certas funções. Com cuidado seria possível um desenvolvimento harmônico com a natureza, oferecendo aos habitantes da região mais segurança e qualidade de vida em geral.
Da Fundação Municipal do Meio Ambiente, FAEMA, temos as seguintes afirmações:
Os argumentos apontados foram:
- topografia especialmente desfavorável ao sul
- geologia restritiva ao sul e favorável ao norte
- geomorfologia ruim ao sul
- vegetação e unidades de conservação importantes ao sul
- hidrologia, o sul é ambiente crítico
A região norte do município de Blumenau, sob um plano inteligente de desenvolvimento, poderá oferecer à sua população um ambiente saudável e seguro de existência.
Este processo gerará riquezas, trabalho e harmonia com o meio ambiente.
O Programa Blumenau Século 21 (BNDES) é uma esperança neste sentido. Tendo como diretriz induzir o desenvolvimento de bairros mais adequados, contribuirá para a racionalização urbana de Blumenau.

6.9 Túneis e áreas de extravasamento

Em Blumenau talvez exista a possibilidade de se construir túneis para dupla função, ou seja, atendimento a necessidades de trânsito e desvio de águas em grande enchentes.
Durante as grandes cheias a vazão do Rio Itajaí atinge níveis elevados, muito acima da capacidade de sua calha normal. A pressão hidráulica sobre as paredes de prédios e casas poderá matar muita gente. Qualquer diminuição nessas forças pelo desvio de frações do rio através de canais e túneis poderá ser a diferença entre uma simples enchente e tragédias formidáveis.
O ideal seria encontrarmos formas de conter as águas à montante de Blumenau. Essas represas a cada dia tornam-se mais difíceis pois provocariam inundações em áreas já ocupadas e valorizadas.
Obras dessa espécie seriam o resultado de estudos meticulosos pois, além de muito caras, poderiam criar situações mais graves que as existentes.
Considerando os valores previstos só no Projeto JICA, o investimento em túneis, que poderiam ter outras finalidades além de, simplesmente, diminuir o efeito das enchentes, talvez seja uma diretriz importante de análise.
Felizmente há tecnologias interessantes tanto para a construção quanto para os estudos necessários.

6.10 Planejamento

Existe a necessidade de se formar equipe de planejamento multidisciplinar, com os melhores recursos possíveis de informática e humanos, de modo a se formar uma base de decisão técnica substancial. Muitos estudos feitos estão dispersos, sem memória confiável. A formação de uma equipe de planejamento objetiva, menos romântica e mais preocupada com a população humana é uma necessidade urgente.


Trabalhos semelhantes são feitos em países desenvolvidos. O treinamento desse pessoal nesses grandes centros e agora, com recursos de análise a cada dia melhores, dará a este time condições de chegar em poucos anos a propostas mais seguras além de, de imediato, contribuir para o aprimoramento da gerência urbana.

7 Comitê da Bacia do Rio Itajaí e Blumenau e Agência Executiva

A Lei Federal 9.433 de 8 de janeiro de 1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e regulamentou o inciso XIX do artigo 21 da Constituição Federal. A mesma Lei alterou o artigo 1o da Lei 8.001 de 13 de março de 1990.
Esta Lei estabelece a figura da “Agência de Água”, que exercerá a função de secretaria executiva do Comitê da Bacia Hidrográfica.
Sua criação dependerá de:
1 – prévia existência do respectivo ou respectivos comitês;
2 – viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação.
Após o que a criação da Agência será reconhecida pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, mediante solicitação do Comitê da Bacia Hidrográfica.
Na prática entidades desta espécie tem se tornado impedâncias no desenvolvimento de qualquer trabalho, aumentando custos e acrescentando muito pouco à qualidade dos projetos. Neste caso será muito importante que o Comitê da Bacia do Rio Itajaí funcione de acordo com as necessidades de sua população.
A formação do Comitê da Bacia do Rio Itajaí e outras instituições, dentro da legislação atual, promovendo a participação séria e honesta, organizada e metódica da população atingida pelas cheias do Rio Itajaí e seus afluentes, é benéfica e importante.
Qualquer desenvolvimento dessa espécie, contudo, não exclui a necessidade de formação de um pólo de Defesa Civil em Blumenau, tão equipado e capaz quanto o permitirem os recursos financeiros do povo de Blumenau.
A sobrevivência pelas leis da natureza sempre foi para os mais fortes e adaptados ao meio ambiente. Uma comunidade será forte e capaz se souber se equipar para enfrentar os desafios a que se submeterá.
Com objetividade e competência técnica e política o povo de Blumenau precisa rapidamente sair da letargia em que se encontra.
É importante ressaltar que o CBI será órgão consultivo. Para o Vale há necessidade de uma entidade executiva com autoridade para gerenciar seus recursos hídricos, em especial governar a operação das barragens assim como efetuar a manutenção delas. A criação de uma agência com este objetivo deve ser cobrada com urgência à União, responsável constitucional pela defesa da população diante de enchentes (artigo 21, parágrafo XVIII da Constituição Federal).
Com objetividade e competência técnica e política o povo de Blumenau precisa rapidamente sair da letargia em que se encontrava. O desempenho da Defesa Civil é um bom exemplo de como uma área com poucos recursos consegue bons resultados. A Defesa Civil de Blumenau foi considerada pelos senadores como a melhor do Brasil.
Os problemas recentes, entre eles o ataque do El Niño, mostram que não se poderá esperar a conclusão do modelo estabelecido pela Lei 9.433. A gravidade da situação atual exige uma discussão técnica profunda com o desenvolvimento de estudos e serviços de manutenção e operação das barragens. Tudo isto sem desprezar a necessidade de atender as reivindicações da comunidade indígena, atingida pela construção da última represa.
A legislação que propõe a criação dos Comitês de Bacia é deste ano. Há conflitos em potencial com o SISNAMA (Sistema Nacional de meio Ambiente). O SISNAMA foi criado pela Lei Federal 6.938 de 31 de agosto de 1981. Essas leis têm excelentes intenções mas geram burocracias imensas, consultas intermináveis e poucos resultados práticos.
A Prefeitura de Blumenau precisa desenvolver profissionais que estudem e dominem essas questões.

8 Providências de curto prazo

8.1 Consultoria


A PMB e demais prefeituras do vale do Itajaí devem, imediatamente, contratar consultores do melhor padrão possível para análise da situação existente no Vale do Rio Itajaí. Esses consultores, trabalhando em conjunto com os especialistas da FURB e Defesa Civil, verificarão as condições de vazão, riscos em potencial e, ao final, proporão obras de contenção de enchentes e proteção do Vale do Itajaí e sua população.
Entendemos que entre os trabalhos de consultoria estará a proposta de sistema de meteorologia e hidrologia para previsão de cheias e monitoramento de águas e clima. O Vale do Itajaí precisa ter sistema desta espécie. Pode-se obter recursos privilegiados para tanto e o retorno compensa, diante dos prejuízos verificados nas últimas grandes enchentes.
No Paraná temos o CEHPAR, um excelente pólo de grandes especialistas, com experiência extraordinária e capaz de atender algumas questões nesta área.
Temos em anexo cópia de proposta de consultoria do CEHPAR à cidade de Blumenau.
O CEHPAR tem experiência em estudos em Santa Catarina, vide abaixo registro em folheto publicitário. Principalmente para a cidade de Brusque há alguns anos fazem estudos diversos.
Além do trabalho que o CEHPAR poderá fazer, será importante procurar desenvolver um modelo matemático do Vale do Itajaí e suas diversas áreas típicas. Assim será possível avaliar-se com mais detalhes e rapidez os problemas ambientais e de segurança da população.
Neste trabalho, junto com uma grande consultora, a FURB deverá estar junto, se possível construindo e mantendo recursos de laboratório para análises permanentes.
Uma deficiência do CEHPAR é a falta de experiência no desenvolvimento de modelos de simulação matemática. No exterior temos um bom centro de pesquisa que poderia apoiar trabalhos desta espécie, talvez com recursos a fundo perdido do Governo francês.
A SOGREAH possui laboratórios e tecnologia extremamente desenvolvidos para estudos hidrológicos de qualquer espécie.

A obtenção de um modelo matemático de uma região tão grande quanto o Vale do Itajaí ou parte dele é trabalho de anos de duração. A grande vantagem a partir daí é a rapidez com que se obterá informações do desempenho da região ou parte dela diante de fenômenos pré estabelecidos e típicos.
Sempre é bom lembrar que o progresso dos recursos de processamento de dados (informática) é exponencial. É difícil imaginar o que teremos à disposição em poucos anos. Iniciar uma boa base neste sentido será produtivo.

Grandes empresas de energia têm desenvolvido programas para otimização energética e, em alguns casos, com ferramentas para administração dos recursos hídricos dentro de uma perspectiva mais ampla, como é o caso da Hydro Quebec.
Seu programa HydroSoft permite o gerenciamento de recursos hídricos com aplicações múltiplas, otimizando-se, por exemplo, necessidades de irrigação, uso urbano e industrial, navegação, recreação e preservação ecológica.
Este programa é um bom exemplo da necessidade de uma visão larga do uso das águas e de como esta condição já é vista com muita profundidade em muitos países.

O ideal seria a existência de um núcleo de estudos hidrológicos e meteorológicos residente no Vale do Itajaí, sob comando local e constituído com a finalidade básica de pesquisar e assessorar empresas e governos da região.
A ênfase não poderá ser perdida, ou seja, análise da bacia do Rio Itajaí Açu.

8.2 Intercâmbio técnico

Formadores de opinião, lideranças técnicas e empresariais deveriam visitar centros de meteorologia e hidrologia mais desenvolvidos. Formando uma visão concreta do potencial dessas ciências teriam melhores condições para opinar a respeito da estruturação da Defesa Civil, CEOPS e outras entidades dedicadas ao assunto.

8.3 Estruturação da Defesa Civil

O órgão da PMB denominado “ Defesa Civil” precisa ter em seu quadro permanente profissionais de alto nível, dedicados em tempo integral aos problemas de segurança e socorro da população de Blumenau e, por extensão, do Vale do Itajaí.
Neste setor deverá existir pelo menos um engenheiro civil, dois meteorologistas e um engenheiro em hidrologia para execução de estudos e acompanhamento do Vale do Itajaí. Esses profissionais, contratados em início de carreira, deverão receber ao longo da vida profissional treinamento adequado a poder acompanhar e interferir nos planos e eventos de efeito ambiental na cidade.
Os meteorologistas, além dos trabalhos de pesquisa e acompanhamento de efeitos, deverão prestar serviço permanente de análise dos fenômenos naturais da região. O engenheiro hidrólogo terá como principal atividade a administração dos sistemas de alerta de cheias. O engenheiro civil deverá dedicar-se ao acompanhamento do projeto, construção, operação e manutenção das barragens no Vale do Itajaí, sempre com o objetivo de controle de cheias.
A DC precisa também de recursos de comunicação e transporte para utilização em períodos de catástrofes. A utilização de veículos anfíbios, rádio comunicação e equipamentos de segurança é importante para que possam desempenhar com sucesso suas funções.
Com a Secretaria de Planejamento e IPPUB, a DC deverá trabalhar sobre estudos de planejamento urbano de modo a identificar pontos e questões críticas, atuando para minimizá-las.
A Defesa Civil precisa desenvolver um ante projeto de instalações, equipamento e treinamento necessários. Com este material existe a possibilidade de se obter recursos federais e estaduais para a instalação física em Blumenau, às margens do Rio Itajaí. Com a repercussão obtida a nível federal na Comissão Parlamentar do Senado que estudou o assunto, não será difícil obter apoio político.
A DC de Blumenau com os recursos apontados abaixo servirá a todo o Vale na área de meteorologia e hidrologia.
A grosso modo poder-se-ia elaborar o seguinte orçamento:


DEFESA CIVIL DE BLUMENAU

Reais
Prédio
1.000.000,00
Radar
2.000.000,00
Rastreamento raios
200.000,00
Barcos
200.000,00
Hovercrafts
100.000,00
Informática
100.000,00
Telemetria
1.000.000,00
Comunicação
50.000,00
Móveis
500.000,00
Carros
200.000,00
Equipamento palestras
100.000,00
Total parcial
5.450.000,00
Projeto
545.000,00
Total
5.995.000,00

A rede telemétrica em Blumenau e o radar darão elementos para um sistema de alerta às cheias súbitas nas micro bacias da região.
É importante insistir que a implantação de uma base de alto nível para a Defesa Civil em Blumenau, com os recursos apontados acima, é um trabalho que demandaria de três a cinco anos, exigindo investimentos de seis milhões de reais ao longo deste período. É, portanto, perfeitamente suportável com o apoio do Estado e da União.


8.4 Educação, mídia

Grande parte do trabalho da DC é educar, treinar, informar e preparar a população para a sobrevivência em catástrofes.
A DC tem um programa completo e ambicioso para esta finalidade. Talvez lhe falte recursos para tanto. Em 1997 fez um excelente trabalho graças à dedicação de seu time.
O pouco que podemos acrescentar é a sugestão de se criar a “Semana da Defesa Civil”, quando a cidade seria mobilizada para discussões, palestras e exercícios de primeiros socorros, atuação em catástrofes, mobilização de recursos humanos etc.


Programas via rádio e televisão são um bom suporte para orientação e alerta. A Defesa Civil, dadas as características do Vale do Itajaí, é órgão de extrema importância, devendo estar presente no dia a dia de todos os cidadãos da região.

8.5 Projeto JICA

Entre os projetos mais adiantados existe uma coleção de intervenções físicas no Vale do Itajaí sob a denominação de “Projeto JICA”. Para tanto já se conseguiu financiamento e venceu-se diversas etapas a nível federal. Devemos apoiá-lo sem renunciar a análises mais profundas. O serviço de consultoria, FURB mais especialistas externos, deverão analisar e acompanhar a execução dessas obras de modo a que cumpram suas funções técnicas sem acrescentar outros problemas à população.
O projeto JICA seria melhor denominado Programa JICA pois propõe diversas obras civis, muitas delas de longo prazo de implantação.
Deve-se imediatamente retomar o diálogo com os responsáveis por este projeto, iniciando-se um trabalho de análise e mídia inteligentes. A demagogia e os posicionamentos apaixonados e superficiais poderão levar ao cancelamento deste projeto, o que seria lastimável.

8.6 Hidrologia e meteorologia

Blumenau deve mobilizar-se para exigir investimentos em serviços de meteorologia e hidrologia. Em uma primeira etapa deve-se aproveitar a oportunidade e exigir compensações (RIMA) na autorização de construção e operação de hidroelétricas em andamento.
Será muita estupidez de todas as lideranças catarinenses desperdiçarem esta oportunidade para desenvolvimento de seus sistemas de meteorologia e hidrologia. Moralmente é uma exigência irrecusável, a de que as empresas concessionárias de energia contribuam significativamente para a implementação desses sistemas.
Constrói-se três grandes hidroelétricas no Estado de Santa Catarina, com investimentos da ordem de três bilhões de dólares. É o momento de se lutar para que zero vírgula um por cento (0,1%) desse dinheiro seja aplicado em um sistema de meteorologia e hidrologia semelhante ao SIMEPAR. É uma reivindicação perfeitamente lógica diante dos possíveis impactos ambientais dessas obras.
Com este recurso poder-se-á instalar radares meteorológicos, sistema de rastreamento de tempestades elétricas, ventos, estações telemétricas para monitoramento de rios e climas, construir prédio e adquirir-se equipamento de processamento e análise de informações e comunicação a usuários.
O Estado de Santa Catarina não pode perder esta oportunidade de aprimorar seus serviços de meteorologia e monitoramento ambiental. Para o Vale do Itajaí será importante batalhar para a conquista de parte desses recursos para implantação de seu sistema de meteorologia e hidrologia.
A médio prazo a oportunidade se repetirá, quando da construção de hidroelétricas no Rio Itajaí Açu e seus afluentes.

8.7 Operação e manutenção das barragens

Com absoluta urgência, custe o que custar, deve-se encontrar uma forma lógica, segura e duradoura de operação e manutenção das barragens existentes.
A situação atual é simplesmente inacreditável. A gravidade do problema espanta qualquer especialista que dela toma conhecimento.
Corre-se o risco de uma grande catástrofe pois as barragens, abandonadas, constituem-se em risco maior do que se não existissem. Poderemos ter a ruptura de uma delas com efeitos tenebrosos sobre a população do Vale do Itajaí.
Entre todos os problemas existentes, este provavelmente é o de maior gravidade no Vale do Itajaí.


A principal ação é política. Deve-se desenvolver um processo de convencimento das autoridades estaduais e federais da necessidade de se encontrar uma solução satisfatória no menor prazo possível.
Outra alternativa seria uma ação popular cobrando-se a responsabilidade das autoridades (seria possível???). A Procuradoria já conseguiu algum progresso neste sentido.


Deve-se gritar, falar, berrar até que se atue de modo a resolver-se efetivamente esta questão.
É questão a ser resolvida com urgência.

8.8 Criação e operacionalização do Comitê da Bacia do Rio Itajaí

O CBI precisa existir para que o Vale do Itajaí tenha um ambiente permanente de discussão dos problemas relativos às cheias do Vale do Itajaí. Seria prudente, contudo, uma última análise de modo a se evitar a formação de mais um órgão inútil.
Corre-se o risco do CBI transformar-se em mais uma entidade vazia pois foi proposto com a participação de entidades nem sempre atuantes e outras subordinadas ao governo do estado. A presença do poder político do próprio Vale é minoritária.
De qualquer modo, se bem conduzido, o Comitê da Bacia do Vale do Itajaí será extremamente importante como órgão disciplinador do uso das águas e ocupação de solo.
É absolutamente urgente a criação de órgão dedicado ao Vale do Itajaí para gestão de seus recursos hídricos.
A legislação a respeito precisa ser analisada com profundidade. Respeitando-se a lei, as lideranças do Vale do Itajaí encontrarão uma estrutura funcional, responsável, motivada e comprometida com a sobrevivência da população desta região.

9 Providências de médio prazo

9.1 SIMEVALE
O Vale do Itajaí precisa de seu próprio sistema de meteorologia e hidrologia. Com pessoal, equipamento e instalações no Vale do Itajaí a região poderá ter um padrão de monitoramento e alerta de acordo com o melhor nível que a tecnologia oferece.

Prefeitos e demais lideranças da região precisam trabalhar para obter recursos e implantar o SIMEVALE. FINEP, BNDES, BID e outros bancos têm recursos para este tipo de sistema. Evidentemente antes de se procurar recursos há necessidade de se criar o SIMEVALE. Esta entidade poderá vir a existir em consórcio com a PMB, ACIB, CDL, FURB e outras prefeituras e entidades afetadas pelas enchentes do Vale do Itajaí.
O SIMEVALE, sob gerência local e com preocupação prioritária na questão enchentes, será o grande instrumento da Defesa Civil em seu serviço de alerta à população.
O Ministério de Ciências e Tecnologia tem oferecido apoio para a criação de sistemas de menor escala. Lideranças do Vale do Itajaí, afinadas com o Governo federal, deveriam explorar esta oportunidade de obtenção de recursos para o SIMEVALE.
Nas avaliações técnicas de um possível sistema a ser instalado, seria importante conhecer a filosofia e resultados do NEXRAD (também conhecido como o Weather Surveillance Radar), sistema em operação nos Estados Unidos da América do Norte com 160 radares “1988 Doppler (WSR-88D)”.

9.2 CODEVAI

As barragens de contenção de cheias existentes e outras, que venham a ser construídas, poderão abrigar pequenas centrais hidroelétricas.
Hidroelétricas de até 10 MW não precisam passar por processos de licitação. Qualquer empresa poderá acionar o Ministério das Minas e Energia para obter a concessão. Assim uma empresa de capital misto poderia ser criada para, entre outras atividades, instalar PCHs nas barragens de contenção de cheias existentes. Desta forma dar-se-ia valor adicional a essas instalações, valorizando a manutenção e operação das barragens, hoje abandonadas.
A CODEVAI, Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio Itajaí – Açu, poderia aos poucos transformar-se em suporte para exploração de atividades especiais de interesse da PMB.
Historicamente temos como principal exemplo a TVA, Tennessee Valley Authority.



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From the New Deal to a New Century:
A Short History of TVA

President Franklin Roosevelt needed innovative solutions if the new deal was to lift the nation out of the depths of the great depression. And TVA was one of his most innovative ideas.


The President envisioned TVA as a totally different kind of agency. He asked congress to create "a corporation clothed with the power of government but possessed of the flexibility and initiative of a private enterprise." On May 18, 1933, Congress obliged.

Right from the start, TVA established a unique problem-solving approach to fulfilling its mission-integrated resource management. Each issue TVA faced-whether it was power production, navigation, flood control, malaria prevention, reforestation, or erosion control-was studied in its broadest context. TVA weighed each issue in relation to the others.

From this beginning, TVA has held fast to its strategy of integrated solutions, though the issues have changed to meet an ever-changing environment.

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1930s

Even by Depression standards, the Tennessee Valley was in sad shape in 1933. Much of the land had been farmed too hard for too long, eroding and depleting the soil. Crop yields had fallen along with farm incomes. The best timber had been cut.

TVA went to work. It built dams to harness the region's rivers. The dams controlled floods, improved navigation, and generated electricity. TVA developed fertilizers, taught farmers how to improve crop yelds, and helped replant forests, control forest fires, and improve habitat for wildlife and fish.

The most dramatic change in Valley life came from electricity generated by TVA dams. Electric lights and modern appliances made life easier and farms more productive. Electricity also drew industries into the region, providing desperately needed jobs.

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1940s and 50s

During World War II, the United States needed aluminum to build bombs and airplanes, and aluminum plants required electricity. TVA met the growing need for electricity by building dams in record time. By the end of the war, TVA had completed a 650-mile (1,050-kilometer) navigation channel the length of the Tennessee River and became the nation's largest electricity supplier.

Even so, the demand for electricity was outstripping TVA's capacity to produce power from hydroelectric dams. Political interference kept TVA from seeking additional federal appropriations to build coal-fired plants, so it sought the authority to issue bonds. Congress passed legislation in 1959 to make the TVA power system self-financing. TVA's power system would pay its own way.

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1960s

The 1960s were years of unprecedented economic growth in the Tennessee Valley. Farms and forests were in better shape than they had been in generations. Electric rates were among the nation's lowest and stayed low as TVA brought larger, more efficient generating units into service. Expecting the Valley's electric power needs to continue to grow, TVA began building nuclear plants as a new source of economical power.

1970s and 80s

The economy changed in the Valley and the nation, prompted by an international oil embargo in 1973 and accelerating fuel costs later in the decade. The average cost of electricity in the Tennessee Valley increased fivefold from the early 1970s to the early 1980s.

Energy conservation became an economic necessity for homeowners and businesses alike, and TVA became a national leader in promoting energy conservation. With energy demand dropping and construction costs rising, TVA canceled several nuclear plants, as did other utilities around the nation. To become more competitive, TVA began improving efficiency and productivity while cutting costs. By the late 1980s, TVA had stopped the rise in power rates and paved the way for maintaining stable rates for the next decade.

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1990s

As the electric-utility industry moves toward deregulation, TVA is preparing for competition. It cut operating costs by nearly $800 million a year, reduced its workforce by more than half, increased the generating capacity of its plants, stopped building nuclear plants, and developed a plan to meet the energy needs of the Tennessee valley for the next 25 years.

TVA is strengthening its position as an energy leader in price, services, and environmental stewardship as it helps guide the utility industry into the 21st century.


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9.3 Levantamentos ambientais

Estudos mostrando a condição geológica, a cobertura existente e os riscos possíveis deverão ser feitos. À semelhança de diversos trabalhos feitos pela PMB, os municípios do Vale do Itajaí deveriam analisar com detalhes suas condições de ocupação de solo. O Comitê da Bacia do Rio Itajaí Açu poderia , logo que instalado e operacionalizado, iniciar este trabalho com padrões uniformes e nesta amplitude. Qualquer estratégia de desenvolvimento do Vale do Itajaí passa por este trabalho.
Há situações em Blumenau que inspiram cuidados especiais. A construção de habitações sobre encostas de morros, fundos de vale e outros locais de alto risco exige vigilância permanente. A melhor situação seria a desapropriação dessas áreas para transformação delas em parques. Paralelamente um programa habitacional deveria oferecer a essas famílias uma condição digna de habitação. Atualmente, o mínimo que a PMB poderá e deverá fazer é analisar essas situações e alertar ou orientar os moradores desses locais.
Há regiões de Blumenau em que as construções poderão agravar as grandes cheias ou provocar acidentes de grande porte. Assim temos a Ponta Aguda onde o fluxo das águas a cada dia encontra mais obstáculos. Lugares que antes ofereciam espaços de acumulação, agora mostram construções que diminuem a calha de passagem das águas do Rio Itajaí e seus afluentes além de conterem edifícios, que poderão desabar por efeito das corredeiras.
Os estudos de simulação do comportamento hidrodinâmico em grandes cheias do Rio Itajaí deverão apontar os lugares críticos existentes.

9.4 Sistema de informação, vigilância e alerta



Aproveitando as necessidades do SETERB poder-se-á implantar equipamentos que durante as cheias transmitam imagens de áreas críticas de Blumenau. Esse sistema poderá ser instalado para, prioritariamente, dar informações sobre o trânsito de Blumenau. Estações de rádio comunicação e central de operação, durante as cheias ou acidentes maiores, permitirão à DC atuar com eficácia mobilizando Polícia, ambulâncias, Corpo de Bombeiros etc.
Os custos de sistemas desta espécie têm caído e o potencial de utilização aumentado exponencialmente com a evolução tecnológica.
Instalados de modo a não serem afetados pelas cheias, durante as enchentes poderão ser ferramentas poderosas no apoio e orientação de serviços de socorro e sobrevivência.
SETERB, SAMAE, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia, Socorro Médico e outras atividades poderão, juntos, viabilizar um bom sistema de supervisão ótica da cidade. A união de entidades interessadas permite rateio de custos e maximização de resultados. Sistemas sofisticados exigem um bom padrão de manutenção e operação, não sendo baratos, se feitos de acordo com a melhor técnica.

9.5 Aproveitamento energético das barragens atuais


Uma forma de se garantir supervisão e manutenção das barragens atuais é permitir seu aproveitamento energético. Pelas suas características e finalidades seriam locais para PCHs. Nesta condição o DNAEE dispensa licitação para a concessão, bastando pedido fundamentado tecnicamente e compromissos legais
Esta possibilidade deve ser considerada com entusiasmo pois seria um reforço considerável na garantia da segurança das barragens. Envolvendo interesses imediatos e permanentes, viabilizaria a sustentação dessas instalações.
Os reservatórios necessários ocupariam parte desprezível da capacidade de armazenamento e formariam lagos que se transformariam em atrações turísticas e áreas de lazer e esporte na região.

9.6 BIRD e BID

O Banco Mundial tem sido uma fonte mais acessível aos projetos brasileiros. Precisaríamos retomar contato com o BIRD para avaliação de possibilidades e desenvolvimento de programas em conjunto com a União e o governo estadual.
Há três ou quatro anos Blumenau recebeu visitas dos Srs. Élio Ruzzi (RDR, 041 362 1057), Francisco José Lobato da Costa (PROSAM/CBA 011 2543077, 011 2536645 e na Secretaria de Políticas Urbanas do Min. Do Planejamento e Orçamento, 061 3213883, 061 3151393) e Emílio Rodrigues, Task Office do BIRD, onde viram com entusiasmo a possibilidade de financiar, a fundo perdido, estudos semelhantes aos realizados pela JICA.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é outra fonte a ser consultada.
Estranhamente o Vale do Itajaí não tem explorado suas origens. Valeria a pena verificar que entidades alemãs poderiam contribuir financeira e tecnicamente com os estudos e projetos em benefício da região.
O ideal seria que uma entidade privada iniciasse contatos, de modo a que se tivesse rapidamente elementos para estabelecimento de uma estratégia a nível de governo.

9.7 Helicópteros

Blumenau, pela atividade aeroviária e turística existente, deveria ter helicópteros à disposição para o transporte de turistas, executivos e, em ocasiões de cheias, atender a população. Um contrato poderia ser feito entre a PMB e alguma empresa dedicada ao assunto para a manutenção na cidade de unidades operando para serviços diversos mas, em caso de enchentes, ficar à disposição da Defesa Civil.
Este tipo de serviço poderia ser rateado também com a ELETROSUL e CELESC, empresas que utilizam eventualmente este tipo de transporte para ações de emergência.
Agindo com competência a PMB poderá viabilizar recursos importantes a intervenções típicas das grandes catástrofes.

9.8 Hovercrafts

Entre os diversos tipos de transporte fluvial, o aerobarco, hovercraft, poderá ser mais um a ferramenta importante ao socorro das populações atingidas pelas cheias. Veículo preferencialmente aquático mas com características anfíbias, poderia atender em tempo de “paz” o serviço de vigilância ambiental e mesmo o de transporte de turistas.
A PMB poderia licitar o serviço de transporte fluvial com cláusulas de disponibilidade em ocasiões de emergência.

9.9 Telemetria

Com recursos já aprovados, dentro de um plano desenvolvido pelos engenheiros da FURB, será implantado um sistema de telemetria no Vale do Itajaí, complementando o existente, de propriedade do DNAEE.
Com esses recursos os hidrólogos da FURB e PMB, assim como de outras prefeituras, poderão fazer previsões de vazões e níveis do Rio Itajaí e seus afluentes.
Evidentemente são cálculos sobre chuvas registradas. Associando-se estudos e dados, contudo, a meteorologia e hidrologia unidas, amplia-se o espaço de tempo entre medições nas nascentes e previsões de níveis/vazões.
Enquanto o sistema automático não entra em operação é fundamental a sustentação do esquema de leituras diretas existente.
O sistema proposto atualmente é para medições e previsões de enchentes do Rio Itajaí Açu. Um número muito maior de estações de coleta de dados seria necessário para monitoramento e alerta de cheias nas pequenas bacias componentes da maior, que é a do próprio rio base, o Itajaí Açu. Um bom radar meteorológico com o padrão do utilizado pelo SIMEPAR daria efeito semelhante e mais detalhado que os oferecidos pelas estações terrestres. Por efeito de confiabilidade e necessidade de superposição de informações, contudo, deve-se instalar e manter rede de réguas e leituristas, estações de telemetria e radar.

10 Providências de longo prazo

10.1 Modelagem analógica e matemática

Todo o trabalho de levantamentos e análise do desempenho dinâmico do Vale do Itajaí em períodos de cheias permitirá a construção de um modelo matemático da região. A importância desta ferramenta será poder-se rapidamente estimar os efeitos de alterações topográficas significativas, chuvas localizadas etc.
O primeiro passo será desenvolver um modelo analógico do Vale do Itajaí ou de algumas partes críticas. As simulações e comparações com resultados medidos em campo permitirão, paralelamente, a construção de modelos matemáticos. Grandes centros de hidráulica mundiais poderão contribuir no desenvolvimento deste trabalho. É lento mas ao longo dos anos poderá oferecer um excelente suporte a decisões importantes.
A evolução da informática, a quantidade crescente de informações e a capacitação de especialistas poderão oferecer um trabalho infinitamente melhor do que o possível atualmente.
Rapidamente podemos alinhar alguns pólos de estudos:
- CEHPAR
- SOGREAH
- HydroSoft Energie (HSE)
- DHI
Um bom exemplo é o trabalho que está sendo realizado pelo Danish Hydraulic Institute para a Região Metropolitana de Curitiba.
O cartão de visita em anexo mostra as coordenadas dos responsáveis técnicos (consultoria) por este trabalho.

Este trabalho em Curitiba atende questões ambientais e previsão de cheias. Note-se que pode-se obter financiamento do BID ou equivalente pois o tema ecologia é prioridade das grandes nações.
O México obteve linha de crédito de quatrocentos milhões de dólares para estudos e projetos na gerência de recursos hídricos.

10.2 Formação de pessoal técnico

A Defesa Civil de uma cidade complexa como Blumenau deve ser estruturada de modo a reunir profissionais de alta competência técnica e constituir-se em órgão de nível elevado, subordinada diretamente ao Prefeito ou a seu gabinete.
Para impor-se precisará de profissionais bem preparados, de modo a inspirarem confiança e respeito.
A PMB deverá formar recursos humanos próprios, especializados na questão gerência de recursos hídricos. A UFPR, por exemplo, tem curso a nível de mestrado que poderia ter (alunos) profissionais do Vale do Itajaí.

10.3 Túneis e canais

Considerando a topografia da cidade de Blumenau e aproveitando o aumento da capacidade de vazão do Baixo Vale do Itajaí com a implantação do Projeto JICA, poder-se-á construir túneis e abrir canais extravasores de modo a diminuir o nível das enchentes em Blumenau.
Esses túneis e canais poderão ter outra finalidade, ou seja, atender necessidades viárias. Atuarão como circuitos de desvio de águas durante as cheias e, em condições normais, serão passagens para o trânsito da cidade. Note-se que a função viária já é sensível.
Para tanto é importante um estudo muito detalhado da cidade sob diversos aspectos, precedendo a decisão de se construir.

10.4 Construção de barragens
Se feitas dentro da melhor técnica, as barragens são um recurso muito importante na contenção de enchentes. Provavelmente os estudos a serem feitos do comportamento do Vale do Itajaí recomendarão tais projetos. O fundamental é que sejam feitas, mantidas e operadas com o máximo de rigor. Para tanto entendemos que uma entidade do tipo CODEVAI poderá vir a ser a
solução institucional necessária.

10.5 Plano Diretor

Com todas as informações dos estudos propostos poder-se-á implantar um Plano Diretor eficaz em Blumenau e nos demais municípios do vale do Rio Itajaí. Sua importância é inquestionável, a dúvida é se será respeitado, aplicado, mantido.

10.6 FURB

A FURB é muito importante para a formação de profissionais e criação de cultura técnica sobre o tema deste trabalho.
Como tem feito até agora, deverá aprimorar-se neste sentido, se possível criando cursos de extensão universitária e de pós graduação no assunto monitoramento e controle de cheias.
Lembrando que a FURB é uma fundação com preocupações financeiras, a viabilização de cursos do interesse da região dependem de alunos e apoio externo para a instalação de laboratórios.
Blumenau não tem aproveitado suas origens germânicas. Talvez possa se beneficiar de algum fundo de apoio a países estrangeiros existente na Alemanha para a implementação desses cursos.
Cursos de nível superior viabilizam a formação de cultura local em suas especialidades. Os laboratórios, por sua vez, são ambientes de trabalho em que se poderia implantar modelos e bancadas de ensaios especiais.
A violência potencial das cheias do Rio Itajaí Açu e seus afluentes recomenda estudos permanentes, aproveitando-se todo o potencial tecnológico existente para ajustes de propostas, projetos e estratégias de ação.

10.7 Beira Rio

Os estudos provavelmente recomendarão a construção, em certos trechos, de muros de arrimo ao longo do Rio Itajaí.

Terão o inconveniente de criar restrições ecológicas mas em muitos casos são recurso importante na diminuição da resistência às águas e aumento da velocidade do rio.
Uma vantagem é que além desta finalidade básica, poderão ser suporte de avenidas do tipo da existente na margem esquerda no centro da cidade.
Outro efeito importante nas avenidas à beira do rio , se feitas com cuidados especiais, é se transformarem em locais de interesse turístico e de lazer.
A função básica, contudo, seria diminuir resistências dinâmicas ao fluxo das águas no leito do rio.

10.8 Dragagem

O Rio Itajaí e seus afluentes precisam de dragagem permanente. O ideal seria abrir e aprofundar o canal em muitos lugares. O Projeto JICA tem algumas propostas que poderão ser ampliadas com os estudos a serem feitos.

11 Estratégia

Diante do vulto das obras e providências institucionais necessárias, o Prefeito de Blumenau e principais líderes de Blumenau deverão atuar com extrema competência política para reunir lideranças e governos no processo de aprimoramento da Defesa Civil no Vale do Itajaí.
A cidade precisa de vultos eméritos, pessoas de grande aceitação e respeito que empunhem a bandeira da defesa da população da região contra as enchentes. Temos visto muita discussão dispersiva ou simplesmente inúteis. As questões ecológicas são importantes. A degradação ambiental contribui para o agravamento de algumas formas de enchentes. O principal, contudo, é desenvolver uma ação lógica, com embasamento técnico gerado por grandes especialistas, para a definição de prioridades, metas.
Politicamente todos, independentemente da cor partidária, precisam unir-se para a conquista de recursos para a minimização das enchentes e aumento da segurança de sua população.


É importante que se considere a possibilidade de criação do SIMEVALE e CODEVAI. A discussão destas propostas será um dos fatores de mídia em torno do problema.
A grande meta é estar preparado para enfrentar os piores períodos de pluviosidade, minimizando prejuízos materiais e perdas humanas.
Note-se que os investimentos necessários são absolutamente superiores à capacidade da PMB. O aprimoramento das estruturas de defesa civil no Vale do Itajaí exige, acima de tudo, isenção político partidária, determinação e convicção de que muito poderá ser feito a favor de nosso povo se trabalharmos unidos.

12 Providências tomadas em 1997

A pequena enchente de final de janeiro criou ambiente para diversas providências, entre elas maior ênfase na Defesa Civil e entrega pelo Prefeito Décio Nery de Lima ao Presidente da República de ofício com uma série de reivindicações de seu Governo.
Entre as diversas providências insistimos na tomada de atitudes mais enérgicas a favor de providências imediatas a favor de diversas questões que afetam o Vale do Itajaí.
Assim realizou-se entre os dias 6 e 8 de agosto um workshop para análise das questões estratégicas em torno do assunto ação frente às enchentes (vide relatório em anexo).
A Defesa Civil de Blumenau desenvolveu um excelente trabalho de conscientização e orientação da população de Blumenau sobre o comportamento durante cheias. Além disto procura orientar habitantes de áreas de risco sobre os problemas de seus ambientes.
Muitíssimo importante foi a implantação de um esquema de leitura de réguas em diversos pontos do Vale do Itajaí. A inoperância de um sistema completo de telemetria exige esta condição de trabalho, que, de qualquer modo, será uma segurança a mais quando da existência de sistemas mais elaborados.
A CPI do “El Niño” foi, com certeza, o fato político mais importante de 1997 sobre o tema “Defesa Civil”. Nele Blumenau foi destaque, merecendo referências como a melhor “Defesa Civil” do Brasil.

13 Anexos

13.1 Proposta de consultoria do CEHPAR


13.2 O projeto JICA (resumo)


13.3 Workshop de 6 a 8 de agosto de 1997


13.4 Ofício do Prefeito de Blumenau ao Presidente da República



13.5 Endereços internet

1. NEXT GENERATION WEATHER RADAR (NEXRAD) PROGRAM
Organization Handbook. NEXT GENERATION WEATHER RADAR (NEXRAD) PROGRAM. 54-09-01 PB0000 SAO1. The NEXRAD acquisition manager's office directs and is...
http://www.rdc.noaa.gov/~ohb/P/PB0000.html - size 1K - 27-Jun-97 - English


2. The Next Generation Weather Radar (NEXRAD) Level II, III, and IV Data Products
The Next Generation Weather Radar (NEXRAD) Level II, III, and IV Data Products, Including Level II Visualization Software via FTP. BRIEF. The Next...
http://rainbow.ldeo.columbia.edu/data/NASAentries/nasa5194.html - size 11K - 15-Apr-94 - English


3. Southwest US NEXRAD Doppler Radar
Southwest US NEXRAD Doppler Radar from AccuWeather
http://www.accuwx.com/www/vol4/getwx/nexrad/ussw.htm - size 2K - 3-Jul-97 - English


4. Northeast US NEXRAD Doppler Radar
Northeast US NEXRAD Doppler Radar from AccuWeather
http://ax9.accuwx.com/web/getwx/nexrad/usne.htm - size 2K - 3-Jul-97 - English


5. South Central US NEXRAD Doppler Radar
South Central US NEXRAD Doppler Radar from AccuWeather
http://www8.accuweather.com/web/nf/getwx/nexrad/ussc.htm - size 5K - 16-Sep-97 - English
http://www.accuwx.com/www/vol4/getwx/nexrad/ussc.htm - size 2K - 3-Jul-97 - English


6. Southeast US NEXRAD Doppler Radar
Southeast US NEXRAD Doppler Radar from AccuWeather
http://ax9.accuwx.com/web/nf/getwx/nexrad/usse.htm - size 5K - 16-Sep-97 - English


7. Automatic Updating NEXRAD Weather Radar
Welcome to Updating NEXRAD Radar! This page provides links to various radars that are set up to Automatically update on 10 minute intervals. Please note...
http://rossby.metr.uoknor.edu/~weninger/radar/radar.html - size 2K - 26-Apr-96 - English


8. Allentown Weather Center--WSI NEXRAD Radar Images
This site is best viewed with Netscape Navigator 2.0 Download Netscape Now! CLICK HERE for a text only view of this menu. Back To Allentown Weather Center.
http://www.ugems.psu.edu/~owens/NEXFRAME.HTML - size 902 bytes - 3-Mar-96 - English


9. CSRA WSI NEXRAD Doppler Weather Radar
INTELLICAST IMAGES
http://www.gabn.net/kd4ahqweather/nexrad.html - size 4K - 3-Sep-97 - English


10. Lightning and Atmospheric Electricity
ATMOSPHERIC ELECTRICITY. AND LIGHTNING. Eletricidade Atmosférica e Relâmpagos. ... ELAT 's Homepage. Instituto Nacional de Pesquisas...
http://dge01.dge.inpe.br/elat/elat.html - size 2K - 7-Jul-97 - English


11. Atmospheric Electricity and Lightning
NRC Research Associateship Programs. National Oceanic and Atmospheric Administration. Atmospheric Electricity and Lightning. RO#: 26.76.35.08. CITY:...
http://rap.nas.edu/lab/NOAA/26763508.html - size 4K - 24-Sep-97 - English


12. Global Model of Pulsed Oxygen Discharges
Global Model of Pulsed Oxygen Discharges. * Venkatesh P. Gopinath. 1. (Professors Charles K. Birdsall and Michael A. Lieberman) We are modeling pulsed...
http://ilpsoft.eecs.berkeley.edu:9636/~ilpsoft/abstracts/venkates.2.html - size 2K - 24-Aug-97 - English


13. Global Lightning Technologies - System 3000 Lightning Protection System
System 3000. Lightning Protection International's (LPI) System 3000. TM. integrated direct strike protection system provides protection for buildings and..
http://www.glt.com.au/strike/s3000.htm - size 8K - 11-Mar-97 - English


14. Global Atmospherics Inc. (GAI) Lightning Ground Strikes from the National Lig
Global Atmospherics Inc. (GAI) Lightning Ground Strikes from the National Lightning Detection Network Data Set Document. Summary: The U.S. National...
http://eosims.msfc.nasa.gov:5721/dataset_documents/NLDN_dataset_doc.html - size 28K - 29-May-97 - English


15. Global Lightning Technologies - Movtec Surge Diverter
Movtec. TM. Surge Diverter. The patented Movtec. TM. is part of the Critec range of shunt-only diverters manufactured by Global Lightning Technologies....
http://www.glt.com.au/power/movtec.htm - size 5K - 25-Mar-97 - English


16. Global Lightning Technologies - Representatives in Europe
Europe Representatives. Global Lightning Technologies products and services are available in the following countries: Belgium. Telephone: 32-2-270 2965...
http://www.glt.com.au/company/europe.htm - size 3K - 14-Jan-97 - English


17. Global Lightning Technologies - Shunt Versus Series
Shunt-Only Diverters V Surge Reduction Filters. Efficient clamping and/or filtering at the point-of-entry of power lines to buildings is essential to...
http://www.glt.com.au/power/sh-v-ser.htm - size 6K - 11-Mar-97 - English


18. Global Lightning Technologies - Representatives
Representatives. Global Lightning Technologies has over 30 agents and distributors on five continents throughout the world. Click on the country flag...
http://www.glt.com.au/company/reps-all.htm - size 6K - 21-May-97 - English


19. Lightning Protection and Control
Lightning Protection and Control. 1st Day. Lightning Basics. *Origin of Thundercloud Charges. *Types of Lightning Discharges. *Cloud-to-Cloud....
http://www.emf-emi.com/course_syll/Lhtngweb.htm - size 11K - 30-Jul-97 - English




13.6 Instituto Nacional de Meteorologia

APRESENTAÇÃO
Conheça o INMET
A viagem de lazer ou negócios, o plantio e a colheita, a destruição ambiental, a navegação aérea e marítima e outras manifestações da natureza, tais como tempestades, geadas e secas, fazem parte do cotidiano de toda a população do Planeta Terra.O que poucas pessoas sabem, é que existe um verdadeiro exército de técnicos, observadores e cientistas trabalhando 24 horas por dia na pesquisa e previsão das condições do tempo.No Brasil este trabalho é realizado pelo INMET.
Aliados à moderna tecnologia, profissionais altamente especializados trabalham para que dados meteorológicos sejam processados, fornecendo à população informações sobre as condições futuras do tempo.
A consciência da importância que o tempo e suas manifestações representam para o desenvolvimento do Brasil, determinou a criação, em 1909, da Diretoria de Meteorologia e Astronomia.
Hoje, denominado INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA, sediado em Brasília, o órgão é membro da Organização Meteorológica Mundial - OMM, que reúne mais de uma centena de nações. Sua atuação é ditada, no campo interno, pelas diretrizes traçadas pelas autoridades governamentais, e no plano internacional, pelas recomendações daquela Organização.
No Brasil, a coleta de informações meteorológicas é coordenada através de 10 Distritos, subordinados à sede, em Brasília. Cerca de 400 estações de coleta estão espalhadas por todos os estados.
O estudo de queimadas, desmatamentos, desertificação, poluição ambiental e outras alterações climáticas, colocam o Brasil ao lado dos países do primeiro mundo nas áreas de pesquisa, telecomunicações e processamento de informações.
Correspondendo aos acordos firmados com a Organização Meteorológica Mundial, que congrega 178 países, informações são recebidas e transmitidas pelo Sistema Mundial de Telecomunicações - SMT.Brasília é o centro regional da América do Sul, organizando os dados colhidos em todo Continente, e repassando-os para os demais países membros da OMM. Paralelamente, os dados são enviados a Washington, um dos centros mundiais da rede meteorológica, de onde são repassados aos demais países membros.Todos os recursos humanos e tecnológicos têm sido buscados pelo INMET num processo contínuo de aperfeiçoamento.
O INMET desenvolve inúmeras atividades meteorológicas em suporte à agricultura, transporte, defesa civil, indústria, turismo aviação e meio ambiente, dentre outras:
· coordena, elabora e executa programas e projetos de pesquisas agrometeorológicas e de acompanhamento das modificações climáticas e ambientais;
· elabora e divulga, diariamente, em nível nacional, a previsão de tempo, avisos e boletins meteorológicos especiais;
· estabelece, coordena e opera as redes de observações meteorológicas e de transmissão de dados meteorológicos, inclusive aquelas integradas à rede internacional;
· mantém e opera o Banco de Dados Meteorológicos;
· mantém laboratórios de Instrumentos Meteorológicos, para aferição e reparo, com sede em Brasília e nas cidades do Rio de Janeiro, Recife e Belém.
Este serviço está sendo disponibilizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia.Para maiores informações entre em contato, enviando sua mensagem para webmaster@inmet.gov.br

13.7 CPTEC

O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é o passaporte do Brasil para o primeiro mundo das previsões meteorológicas. O supercomputador SX-3/12R, fabricado pela NEC Corporation do Japão, tem capacidade de processar até 3,2 bilhões de operações aritméticas em ponto flutuante por segundo. Isso significa possibilidade de utilizar modelos numéricos para simulação de tempo e clima, integrando informações atmosféricas e oceânicas. O resultado disso são previsões de tempo confiáveis, para todo o país.

As informações

O sistema de computação é alimentado por informações derivadas dos satélites Meteosat e Goes, da rede de dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e das redes nacionais sob a responsabilidade do INMET (Ministério da Agricultura). Outras informações vêm do DEPV (Ministério da Aeronáutica), DHN (Ministério da Marinha), centros estaduais de meteorologia e de outros centros internacionais. O satélite brasileiro (SCD-1), que coleta dados ambientais, também desempenha papel importante no levantamento de informações necessárias à pesquisa meteorológica no INPE.

Benefícios

Num país com enorme extensão territorial como o Brasil, com grande diversidade climática, a boa qualidade das previsões meteorológicas é imprescindível ao planejamento e bom desempenho de inúmeras áreas sociais e atividades econômicas, principalmente a agricultura. No CPTEC será possível prever secas ou inundações favorecendo as tomadas de decisões nas área de defesa civil , geração de energia elétrica e gerenciamento de recursos hídricos. Também há contribuição importante nos campos dos transportes, abastecimento, turismo e lazer. O sistema de computação e os acervos de dados, propiciarão enorme crescimento da pesquisa meteorológica no país, com o resultado de melhorar o conhecimento sobre fenômenos atmosféricos de interesse.

As Instalações

Seis mil metros quadrados de área construída, com possibilidade de expansão de mais dois mil metros, abrigam o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, num prédio projetado especialmente para receber equipamentos sensíveis como o supercomputador SX-3/12R. Temperatura ambiente controlada com computador, sistemas eletrônicos de segurança, sistema de no break para garantir o funcionamento permanente em caso de falta de energia elétrica. Tudo preparado para permitir a execução das atividades do Centro durante 24 horas, 365 dias por ano. O prédio do CPTEC também conta com algumas facilidades adicionais tais como: auditório, biblioteca e salas de reuniões.

Contatos, comentários e sugestões são bem-vindos.Dr. Carlos Afonso Nobre - Chefe do CPTEC- email: nobre@cptec.inpe.br


João Carlos Cascaes
Blumenau, 23 de dezembro de 1997.